quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pequenas fábulas urbanas #4 – O principezinho tirana

m uma ilha do oceano atlântico, onde resiste um dos últimos reinados deste nosso mundo prá lá de globalizado – no qual a Coca-cola já chegou à China, e a coca e a cola já chegaram a praticamente todos os lugares –, nesta ilha vivia um principezinho que era uma verdadeira tinhosa. Isso quem dizia eram os seus companheiros de escola e de noitada, toda vez que eles saíam juntos para barbarizar. E eles saíam freqüentemente, tipo todo o final de semana. Uma verdadeira loucurinha nos bares e boates gays. Mas eram sempre escoltados por seguranças paisanos da guarda imperial, que fechavam as casas noturnas e intimidavam ou compravam eventuais curiosos, para que o principezinho surubasse em paz e com relativa privacidade. Até que um dia ocorreu o inevitável: um paparazzo conseguiu clicar o principezinho em diversas poses para lá de provocantes. A fotos incluiam arretos com direito a chupão no peito e passada de mão pelos países baixos dos amigos de noitada, que há muito tempo já haviam virado democracias populares. Aquilo foi impresso em edição extra nos jornais da imprensa marrom no dia seguinte e atiçou o movimento GLBT. A história acabou com o principezinho virando não só de bruços, mas virando o rei daquele país. Melhor dizendo, não apenas rei daquele país, como também o rei do mundo homossexual unido. Leia-se: imperador de no mínimo três quartos do mundo sexualmente assumido e sadio. A rainha, que no princípio havia posado de chocada, desempenhando protocolarmente o seu papel, acabou se declarando muito orgulhosa de seu filho, que sabia como ninguém acompanhar os tempos modernos, garantindo assim que a monarquia encontrasse seu território no mundo globalizado. Pagou para ele uma sessão de fotos com Terry Richardson que virou best seller e aqui acaba nossa história. Procure no Google e você encontrará as fotos das quais estou falando. Quando ao príncipe, ele continua reinando e fervendo mais do que nunca, enquanto balança suas tranças livremente no submundo. Uma verdadeira rainha do sexo.

1 comentários:

Rudiran Messias disse...

Notas sobre a versão 1:
• Refazer
• Opiniões do narrador estão permeando o texto
• Está fora do padrão dos demais, por não ter uma característica episódica. Essas fábulas devem ser sobre um episódio e não resumindo a vida dos personagens